Um exame de proficiência tem por objetivo promover um filtro profissional a partir da aplicação de uma prova que avaliará os conhecimentos adquiridos do profissional na graduação.
Há diversas questões envolvidas neste processo, juntamente com opiniões diferentes sobre o assunto. Por falar em opinião, darei a minha sobre o assunto no decorrer da postagem.
Desde 2006 um projeto de lei sobre a implantação do exame de proficiência circula no congresso nacional. A
lgumas entidades se mostraram contra a implantação do exame aplicado isoladamente, como o CFO em 2007. Já o CRO/SP acredita que o exame de proficiência será útil para elevar o nível técnico do mercado.
Então, diante disso, vamos aos fatos sobre a aplicação do exame de proficiência
Segundo o CFO, na presente data, temos quase 285.000 dentistas registrados. Isso corresponde a mais de 20% dos dentistas do mundo. A proporção de dentistas graduados não corresponde ao crescimento da população. A OMS determina que seja 1200 habitantes para 1 dentista.
O segundo ponto corresponde à abertura indiscriminada de faculdades sem consulta a nenhum conselho da categoria. O processo seletivo algumas vezes até inexiste em algumas destas faculdades.
Por consequência, há uma queda considerável no nível de conhecimento dos dentistas recém formados. Há um despreparo técnico visível e estes profissionais irão atender os pacientes. Logo, a chance de ter algum problema de saúde é bem considerável.
O exame de proficiência visa impedir que estes profissionais despreparados caiam no mercado através de um processo seletivo rigoroso. Se não passar, estude e se capacite mais.
Bom, minha opinião é: sou a favor do exame de proficiência, porém há pontos a se discutir.
Qualquer barreira que vise fortalecer e qualificar o mercado é válida. Não acho justo colocar no mesmo mercado um dentista capacitado com um dentista que não sabe nem a sequência do sistema adesivo de restauração (acredite, tem gente que não sabe).
A questão é: existe uma chance do exame apenas retardar a entrada daquele dentista no mercado. Veja bem: eu disse chance. Porque na OAB ocorreu algo um pouco diferente:
Segundo a reportagem acima (clique na imagem para ler), mais de 60% dos recém formados em direito desistem na profissão porque não conseguem aprovação no exame da ordem.
Ou seja, além de qualificar o mercado, o exame da ordem remove do mercado (por escolha própria) diversos graduados que não são aprovados. Ou seja, há dois controles no fim das contas: de qualidade e de número de profissionais.
Se isso vai ocorrer na odontologia? Acredito que sim, embora numa proporção bem menor, uma vez que há um investimento considerável do estudante no decorrer da graduação.
Outro aspecto importante e bastante discutido por dentistas no estado de SP é que o exame de proficiência serviria também para avaliar o nível da graduação de ensino. Quanto maior a quantidade de reprovações, menor seria a qualidade do aluno.
Desta forma, eles defendem a criação de um selo de qualidade nas graduações, que guiaria um futuro estudante para escolher a instituição mais bem avaliada.
Outro aspecto a ser discutido seria uma possível criação de outro mercado: o dos cursos para o exame de proficiência, como ocorreu com direito. É outro ponto que também deve ser levado em conta.
O exame de proficiência pode ser considerado mais uma barreira para o mau profissional, todavia não impede que mercado continue inchando, embora de profissionais qualificados, pelo menos teoricamente falando.
Falo isso porque odontologia é uma profissão essencialmente prática. Os defensores da não implantação do exame utilizam este argumento, inclusive. Como seria uma possível prova prática?
Outro ponto importante é a aplicação da prova para os dentistas que já estão no mercado. Seria possível realizar isso? A ideia aí seria mais de reciclagem do que suspender a atuação do dentista no mercado de atuação? Tudo isso tem que ser levado em conta.
É válido perceber que trata-se de uma alternativa PALIATIVA de tratamento da situação do mercado odontológico, uma vez que o ideal seria a abertura de faculdades via consulta das entidades.
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Grande abraço e até a próxima postagem!
Wilson Correia Jr.